Das quatro mais antigas e maiores montadoras que atuam no Brasil, Volkswagen, General Motors, Ford, a Fiat é a mais nova e, desde o início fez tudo diferente das demais. A começar pela localização da sua primeira unidade fabril no País: Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, distante 600 km do ABC paulista, o berço do setor automotivo brasileiro, aonde se concentravam todas as outras montadoras e a cadeia de fornecedores, que há época, ancorado nessa indústria, era responsável por 4,57% do PIB nacional.
Em 14 de março de 1973, o neto do fundador e presidente da empresa na época, Giovanni Agnelli, e o então governador do Estado, Rondon Pacheco, assinaram protocolo de intenções para instalação da fábrica em Minas. Três anos depois, em 9 de julho de 1976, a montadora italiana, com matriz em Turim, inaugurava planta industrial em Betim para a produção do modelo Fiat 147, uma versão do modelo 127 italiano.
No início das atividades, a capacidade produtiva da fábrica era de 200 mil unidades por ano. Nas décadas de 1980 e 1990, a Fiat com modelo Fiat 147 não conseguia alcançar o sucesso e o reconhecimento que seu principal concorrente, o Fusca, obteve. A imagem da marca também não era das melhores. Os norte-americanos brincavam que a sigla Fiat, que significa Fabbrica Italiana de Automobili Torino, queria dizer “Fit It Again, Tony” (em tradução livre “conserte de novo, Tony”), os brasileiros repetiam o chiste chamando o 147 de “alegria dos mecânicos”, porque não saía da oficina.
Em agosto de 1984, a Fiat iniciou a produção do Uno no Brasil, o carro com design do italiano Giorgetto Giugiaro foi o primeiro carro mundial da Fiat e chamava a atenção pelas linhas retas que indicavam modernidade e detalhes como maçanetas embutidas na versão com duas portas e o limpador de para-brisa com braço único. O interior funcional e o espaço interno amplo graças ao teto elevado também chamava a atenção, mas o sucesso não veio logo. Apenas em 1987, quando a Fiat lançou a versão 1.5 R, mais “esportiva” é que o Uno Mille caiu no gosto dos brasileiros. O carro só se popularizou no início dos anos 1990. O Mille inaugurou o segmento de carros populares no Brasil, que responde até hoje pela maioria das vendas de veículos novos.
Choque de qualidade
Mesmo vendendo, o Uno Mille não era visto como um automóvel de mecânica confiável. No inicio dos anos 1990, a Fiat tentou mudar sua imagem com o Tempra e o Tipo, não deu certo. A transformação veio em meados dos anos 1990 com investimentos tecnológicos que deram um choque de qualidade em seus produtos. Em 1996 foi lançado o Palio, outro carro mundial, cerca de 200 engenheiros brasileiros foram à Itália para ajudar a desenvolver a plataforma, que no Brasil tinha que atender as características locais de combustível, já com adição de álcool e de suspensão, por exemplo. Antes os veículos utilizavam o conjunto de suspensão fabricados na Europa, de acordo com a realidade deles e não das ruas e avenidas esburacadas do Brasil. Esses sistemas passaram a serem desenvolvidos aqui e eram mais robustos e duráveis.
O Palio, um compacto melhor e mais moderno aumentou significativamente as vendas da montadora por aqui e desde o lançamento é a plataforma mais produzida no Brasil, com mais de 200 mil carros por ano. De lá para cá, a empresa não parou de lançar tendências como imprimir um ar de aventura e dar um espírito esportivo aos carros de passeio que se tornou sucesso de vendas e copiado por todas as montadoras. Com o crescimento do mercado brasileiro, a unidade de Betim recebeu seguidos investimentos para elevar sua capacidade, chegando as atuais 800 mil unidades por ano, equivalentes a 3,2 mil unidades por dia se tornando a maior planta industrial do grupo Fiat. Lá são produzidos 16 modelos em mais de 200 versões que atendem o mercado interno e de exportação. Segundo a Fiat, um carro é montado a cada 20 segundos.
Fábrica da Fiat em Betim
A capacidade de Betim será ainda mais ampliada com novos investimentos e a meta é produzir 950 mil unidades por ano a partir de 2014. Outro ciclo de investimento em curso é uma nova fábrica na cidade de Goiana, em Pernambuco que terá capacidade para produzir até 250 mil unidades por ano e é o maior investimento mundial do grupo atualmente.
Em 2012, a Fiat bateu vários recordes: alcançou a marca de 13 milhões de veículos produzidos desde o início de suas operações; a produção de 5 milhões de veículos flex fuel, entre automóveis e comerciais leves, aliás, 99% dos modelos produzidos em Betim saem com a tecnologia lançada há 10 anos pela Magneti Marelli, também do Grupo Fiat.
A empresa também foi pioneira na utilização do etanol como combustível, ao lançar, em 1979, o primeiro carro brasileiro movido a álcool produzido em série, o Fiat 147. O recorde mais relevante para o mercado é ter alcançado a marca histórica de vendas no Brasil. De janeiro a dezembro de 2012 foram emplacados 838.219 automóveis e comerciais leves da marca, o que representa um crescimento de 11,1% em relação ao ano anterior (com 754.276 unidades vendidas) e uma expansão de 10,2% em relação ao recorde de vendas anterior da empresa, estabelecido em 2010, com 760.495 unidades. Marca que levou a Fiat a liderar mercado brasileiro pelo décimo primeiro ano consecutivo.
Fiat UNO
O líder de vendas da Fiat é o Uno com 54.901 unidades
Entre os dez modelos mais vendidos (de todas as marcas) entre janeiro e abril de 2013, o líder de vendas da Fiat é o Uno com 54.901 unidades, seguido do Palio com 54.067 unidades vendidas. Em 7o e 8o lugar estão a pick-up leve Strada e o sedan Siena com 34.279 e 31.211 unidades vendidas, respectivamente.
Veículos da montadora Fiat
Cotação de seguro Fiat
Das quatro mais antigas e maiores montadoras que atuam no Brasil, Volkswagen, General Motors, Ford, a Fiat é a mais nova e, desde o início fez tudo diferente das demais. A começar pela localização da sua primeira unidade fabril no País: Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, distante 600 km do ABC…