Muito se fala sobre a falta de educação financeira dos brasileiros. Assunto que ganhou mais importância recentemente com o aumento de renda das famílias brasileiras e com a abundância da oferta de crédito. E é justamente a maior renda das famílias aliada a maior educação financeira que impulsionará o crescimento do mercado de seguros nos próximos anos com a crescente a importância de proteger os bens conquistados, pois imprevistos como o furto ou roubo do carro financiado, um problema de saúde, entre muitos outros, ocorrem diariamente.
Mais educação financeira
De acordo com a Susep (Superintendência de Seguros Privados) os brasileiros estão sim mais conscientes da necessidade de proteger os seus bens e suas finanças, tanto que aumentaram os gastos com a aquisição de seguros nos últimos anos. Em 2012, o valor médio desembolsado por cada família com os mais variados tipos de apólices de seguros foi de R$ 2.162,21. Um crescimento de 160% quando comparado com os dados de 2005, quando cada domicílio gastava, em média, R$ 834,48. Esse crescimento propiciou um incremento de faturamento para o setor de seguros, de R$ 42,6 bilhões em 2005 para R$ 129,3 bilhões em 2012. Apesar dos bons números muito precisa ser feito: estima-se que 70% dos veículos e 90% das residências brasileiras ainda não possuem contratos de seguros.
O desafio do setor de seguro é atrair os consumidores com maior renda, mas ainda com orçamento familiar apertado e com dívidas a darem o primeiro passo em sua educação financeira adquirindo produtos que protegem a família e os bens já conquistados. Uma educação financeira eficaz passa pela mudança cultural da visão que se tem da importância dos seguros. Relevância que só é reconhecida quando se pensa nos riscos a que todos estão expostos diariamente. Com os principais riscos cobertos, a família pode utilizar uma sobra no orçamento para planejar a realização dos outros sonhos.
Embora estejam comprando mais apólices de seguros, os consumidores ainda resistem. Aliado a isto, o mercado está bastante competitivo exigindo que as corretoras e seguradoras façam um esforço extra para, não só conquistar os clientes, mas mantê-los fieis por vários anos. De acordo com a sexta edição do Relatório Mundial sobre o Setor de Seguros, em media, apenas 30% dos clientes no mundo inteiro afirmam que suas experiências com suas seguradoras são positivas, isto é, a fidelidade de 70% estão em risco.
A recomendação da sexta edição do Relatório para melhorar a experiência dos consumidores é que as seguradoras e corretoras devem distribuir seus produtos usando vários canais como os de mídia móvel e social. Dois canais que já estão se popularizando, mas que precisam fornecer uma melhor experiência aos clientes e obter eficiência operacional. A ênfase em estratégias de distribuição por diversos canais tira proveito de canais de venda mais baratos, como o móvel, internet e mídias sociais porque elas são oportunidades para melhorar a experiência do cliente, principalmente, nos departamentos de cotação, sinistros e gestão do relacionamento, e não somente como um canal de vendas. Os clientes preferem executar on-line atividades como encontrar o melhor preço e comparar coberturas de apólices. As redes de distribuição física (agentes e corretores) são preferidas pelos consumidores quando se trata de ganhar confiança para a marca.
O relatório indica as cinco principais razões para as seguradoras investirem em canais móveis: demandas de serviços a qualquer hora/ qualquer lugar/ qualquer dispositivo; fazer frente à concorrência; custos de atendimento ao cliente; crescente adoção de smartphones e oportunidades de vendas cruzadas e de produtos mais sofisticados. Os principais serviços que devem ser oferecidos em mídias móveis são: informações sobre produtos; serviços de sinistros; cotações, processamento direto e alterações da apólice. “As mídias sociais oferecem às seguradoras novas maneiras de aumentar a sua penetração no mercado e a eficiência de suas estratégias de retenção/aquisição.” O relatório também revelou que o foco do setor de seguros está mudando, passando da redução pura de custos e iniciativas voltadas à eficiência operacional à geração de receitas e estratégias de fidelização à marca, reduzindo, simultaneamente, os custos de aquisição de clientes.
Fonte: Cotando Seguro.com