O seguro de moto é uma proteção essencial para garantir a tranquilidade do proprietário em caso de acidentes, roubos ou outros imprevistos.
Ao contrário do que muitos imaginam, o cálculo do seguro de moto envolve diversos fatores que vão muito além do simples valor do veículo.
Nesta análise detalhada, o corretor Anderson Luis Gimenez aborda os principais critérios utilizados pelas seguradoras para calcular o prêmio do seguro de motos, desde o perfil do motorista até as características específicas do modelo da moto.
O que é seguro de moto?
O seguro de moto é uma proteção financeira destinada a motocicletas, semelhante ao seguro de carros, mas com diferenças importantes, especialmente na precificação.
De acordo com o especialista em seguros Anderson Luis Gimenez, o prêmio — que é o valor pago pelo segurado à seguradora — tende a ser mais alto em percentagem em comparação com o valor do veículo. Isso ocorre porque o seguro de moto geralmente corresponde a uma fatia maior do valor total do veículo, ou seja, do capital segurado.
Gimenez explica que a sinistralidade do seguro de motos é maior. No setor de seguros, “sinistro” refere-se a qualquer evento que resulta em uma indenização, como um acidente ou roubo.
Com as motos, o risco de ocorrer um sinistro é mais elevado em relação a outros veículos. Isso se deve ao fato de que as motos, sendo menores e mais frágeis, estão mais propensas a danos severos em caso de colisão, o que frequentemente resulta em indenização integral.
Além disso, as motos têm uma taxa de roubo mais alta do que os carros, o que contribui para o aumento do custo do seguro.
No entanto, Anderson Luis Gimenez ressalta que a cobertura para terceiros em seguros de moto costuma ser mais barata, já que o potencial de causar grandes danos a outros veículos ou pessoas é, em geral, menor.
Em resumo, o seguro de moto é um serviço essencial para cobrir perdas e danos ao veículo, com o diferencial de ser mais caro proporcionalmente ao valor do veículo devido ao maior risco de sinistros, principalmente relacionados a colisões e roubos.
Como é calculado o seguro de moto?
Cada um desses fatores impacta diretamente no valor final da apólice. Vamos entender cada um deles com mais detalhes.
1. Valor do Veículo
O primeiro e mais evidente fator considerado no cálculo do seguro de moto é o valor do veículo. De maneira geral, motos de maior valor possuem prêmios de seguro mais elevados. Isso ocorre porque, em caso de sinistro, o custo de reposição ou reparo será maior.
Além disso, motos de luxo ou de alta performance tendem a atrair mais atenção de ladrões, aumentando o risco de furto, o que também reflete diretamente no valor do seguro.
As seguradoras, para determinar o valor exato do veículo, podem utilizar a Tabela Fipe como referência. A Tabela Fipe é uma base de dados que apresenta o preço médio de veículos no mercado, e serve como parâmetro para calcular o valor da apólice.
2. Marca e Modelo da Moto
A marca e o modelo da moto influenciam diretamente o cálculo do seguro. Certas marcas ou modelos são mais visados por ladrões, o que torna o seguro mais caro.
Por exemplo, motos esportivas e de alta cilindrada, como as da marca Yamaha ou Kawasaki, tendem a ter um custo de seguro mais elevado devido à sua alta demanda no mercado de peças e veículos usados.
Além disso, o custo de reparo de modelos específicos também é levado em consideração. Se uma moto tem peças mais caras ou difíceis de encontrar no mercado, o seguro provavelmente será mais caro, pois o custo de reposição em caso de danos será maior.
3. Ano de Fabricação
O ano de fabricação da moto é outro fator importante. Motos mais antigas costumam ter prêmios de seguro mais baixos, pois, com o passar do tempo, o valor de mercado do veículo tende a cair.
No entanto, isso não significa que motos antigas terão sempre seguros mais baratos, já que modelos mais velhos também podem ter um custo de manutenção mais alto, o que pode influenciar no cálculo do seguro.
Por outro lado, motos novas, devido ao seu valor de mercado mais elevado, podem ter prêmios mais caros, especialmente se forem modelos recém-lançados ou com tecnologia de ponta.
4. Utilização da Moto
O uso que o proprietário faz da moto é um fator crucial no cálculo do seguro. Motos utilizadas para trabalho, como entregas ou serviços de motofrete, apresentam um risco maior de acidentes, o que naturalmente eleva o prêmio do seguro.
O alto volume de uso diário e a maior exposição ao trânsito aumentam as chances de sinistros, justificando o custo mais elevado.
Por outro lado, motos usadas apenas para lazer ou com baixa quilometragem anual tendem a ter seguros mais baratos, pois o risco de acidentes é menor.
5. Área de Circulação
Outro fator que pesa no cálculo do seguro de moto é a área de circulação do veículo. Se a moto circula em grandes centros urbanos, onde os índices de furto e roubo são maiores, o valor do seguro tende a subir.
Regiões metropolitanas como São Paulo e Rio de Janeiro são conhecidas por terem uma maior incidência de sinistros, o que impacta diretamente no preço da apólice.
Em contrapartida, motos que circulam predominantemente em áreas rurais ou cidades de menor porte podem ter seguros mais baratos, devido ao menor risco de roubo ou colisões.
6. Perfil do Segurado
O perfil do condutor é um dos fatores mais relevantes no cálculo do seguro de moto. As seguradoras avaliam uma série de características pessoais do motorista para determinar o risco que ele representa. Idade, gênero, estado civil e até o tempo de habilitação podem influenciar diretamente no valor do prêmio.
- Jovens motociclistas, especialmente os com menos de 25 anos, tendem a pagar mais pelo seguro, já que são considerados mais propensos a se envolverem em acidentes.
- Homens, em média, pagam prêmios mais altos que mulheres, pois estatísticas mostram que eles se envolvem mais frequentemente em acidentes graves.
- Motoristas experientes ou com bons históricos de direção podem obter descontos no seguro, pois representam menor risco para a seguradora.
7. Histórico de Sinistros
O histórico de sinistros do segurado também é um fator determinante no cálculo do seguro de moto. Se o motorista já se envolveu em acidentes anteriores ou fez muitos acionamentos do seguro em um curto período, ele será considerado de maior risco pelas seguradoras, o que resulta em um prêmio mais alto.
Por outro lado, condutores com histórico limpo, ou seja, sem acidentes ou acionamentos anteriores, podem ser recompensados com descontos no valor da apólice.
8. Tipo de Cobertura Contratada
A cobertura escolhida também tem grande impacto no valor do seguro. Existem diferentes tipos de cobertura, como:
- Cobertura total: que cobre roubo, furto, colisão e danos a terceiros;
- Cobertura contra roubo e furto: mais restrita, cobre apenas casos de roubo ou furto;
- Cobertura para terceiros: cobre danos causados a terceiros em caso de acidentes.
A cobertura total, por ser mais abrangente, é também a mais cara. Já as coberturas mais específicas, como a de roubo e furto, tendem a ser mais econômicas, mas oferecem proteção limitada.
9. Franquia Escolhida
A franquia é o valor que o segurado precisa pagar em caso de sinistro para que a seguradora cubra o restante dos danos. Quanto maior a franquia, menor será o valor do prêmio, e vice-versa.
Escolher uma franquia alta pode ser uma boa opção para quem deseja reduzir o custo mensal do seguro, mas é importante lembrar que, em caso de acidente, o desembolso inicial do segurado será maior.
10. Variação Entre Seguradoras
Por fim, é importante lembrar que o valor do seguro de moto pode variar de seguradora para seguradora. Cada empresa possui seus próprios critérios de avaliação de risco, e, por isso, o mesmo perfil de condutor e moto pode resultar em valores diferentes dependendo da seguradora escolhida.
Fazer uma pesquisa de mercado e comparar os valores oferecidos por diferentes seguradoras é fundamental para encontrar a melhor opção de seguro.
Quanto custa seguro de moto?
Confira os preços do seguro de moto em diferentes cidades e modelos!
Moto | São Paulo | Rio de Janeiro | Brasília | Salvador | Fortaleza | Preço Médio |
---|---|---|---|---|---|---|
Honda CG 160 | R$998,00 | R$1.134,00 | R$852,00 | R$698,00 | R$732,00 | R$882,80 |
Honda CB 250 Twister | R$1.205,00 | R$1.454,00 | R$1.101,00 | R$860,00 | R$892,00 | R$1.102,40 |
Yamaha YBR 150 | R$753,00 | R$875,00 | R$682,00 | R$547,00 | R$575,00 | R$686,40 |
Royal Enfield Meteor | R$1.791,00 | R$3.126,00 | R$1.517,00 | R$1.938,00 | R$1.517,00 | R$1.977,80 |
Kawasaki Vulcan | R$2.043,00 | R$2.866,00 | R$1.878,00 | R$1.586,00 | R$1.611,00 | R$1.996,80 |
Royal Enfield Interceptor | R$1.941,00 | R$3.562,00 | R$1.450,00 | R$1.543,00 | R$1.489,00 | R$1.997,00 |
Honda NXR 160 | R$1.094,00 | R$1.181,00 | R$1.007,00 | R$746,00 | R$777,00 | R$961,00 |
Honda XRE 300 | R$1.447,00 | R$1.724,00 | R$1.210,00 | R$1.035,00 | R$1.067,00 | R$1.296,60 |
Yamaha XTZ 150 | R$1.035,00 | R$1.266,00 | R$662,00 | R$691,00 | R$628,00 | R$856,40 |
Triumph Tiger 900 | R$2.417,00 | R$3.418,00 | R$2.158,00 | R$1.955,00 | R$1.986,00 | R$2.386,80 |
BMW R1250 GS | R$3.528,00 | R$5.157,00 | R$3.148,00 | R$2.882,00 | R$2.907,00 | R$3.524,40 |
Honda CB 500X | R$2.070,00 | R$2.549,00 | R$1.718,00 | R$1.223,00 | R$1.228,00 | R$1.757,60 |
Yamaha MT-03 | R$1.382,00 | R$1.793,00 | R$657,00 | R$650,00 | R$557,00 | R$1.007,80 |
Honda CB 500 | R$1.312,00 | R$1.687,00 | R$1.100,00 | R$1.011,00 | R$1.028,00 | R$1.227,60 |
Honda CB 650 | R$1.758,00 | R$2.317,00 | R$1.470,00 | R$1.361,00 | R$1.378,00 | R$1.656,80 |
Honda Biz | R$618,00 | R$720,00 | R$502,00 | R$470,00 | R$487,00 | R$559,40 |
Honda Pop 110 | R$469,00 | R$427,00 | R$399,00 | R$433,00 | R$405,00 | R$426,60 |
Honda Elite 125 | R$778,00 | R$832,00 | R$603,00 | R$601,00 | R$469,00 | R$656,60 |
Yamaha YZF R3 | R$3.042,00 | R$6.646,00 | R$2.711,00 | R$2.645,00 | R$2.415,00 | R$3.491,80 |
Kawasaki Ninja 400 | R$3.459,00 | R$7.273,00 | R$2.315,00 | R$3.017,00 | R$2.842,00 | R$3.781,20 |
BMW S 1000 RR** | R$10.009,00 | R$18.522,00 | R$2.646,00 | R$3.425,00 | R$2.175,00 | R$7.355,40 |
Quais são as principais coberturas do seguro de moto?
As principais coberturas do seguro de moto são voltadas para colisão, incêndio, roubo e furto, formando o pacote conhecido como seguro total. Segundo o especialista em seguros Anderson Luis Gimenez, esse tipo de seguro oferece proteção ampla, garantindo que, em caso de acidente, roubo ou perda total da moto, o proprietário tenha uma indenização para cobrir os prejuízos.
Além do seguro total, existem coberturas adicionais que podem ser contratadas de acordo com as necessidades do segurado. Entre as mais comuns estão:
- Seguro para terceiros: cobre danos materiais e corporais causados a outras pessoas em caso de acidentes.
- Danos a faróis, lanternas e retrovisores: garante a reposição dessas peças em caso de danos.
- Cobertura para acessórios e equipamentos de segurança: cobre danos ou perdas de itens como capacetes e outros acessórios essenciais.
Anderson Luis Gimenez também destaca que o seguro de moto pode incluir assistências variadas, como:
- Guincho e socorro mecânico em caso de pane;
- Troca de pneus;
- Serviços de chaveiro;
- Meio de transporte alternativo para o segurado em caso de necessidade;
- Hospedagem em situações de pane longe de casa;
- Remoção médica em caso de acidente.
É importante lembrar que os pacotes de cobertura podem variar de acordo com a seguradora, e o cliente pode escolher contratar coberturas específicas, como apenas o seguro para terceiros, apenas para incêndio e roubo, ou ainda uma combinação de cobertura para colisão e incêndio ou roubo e furto.
Essas opções oferecem flexibilidade, permitindo ao segurado escolher o que melhor se adapta às suas necessidades e ao seu orçamento.
Há restrições para fazer seguro de moto?
Sim, existem algumas restrições que podem variar de seguradora para seguradora quando se trata de seguro para motos.
O especialista em seguros Anderson Luis Gimenez explica que uma das restrições mais comuns envolve motos utilizadas para a prestação de serviços, como motofretistas, motoboys e entregadores de aplicativos.
Quando as motos são usadas para esses fins, algumas seguradoras podem optar por não cobrir os riscos associados, uma vez que esse tipo de uso está diretamente relacionado a um maior risco de sinistros.
“Em todos os tipos de seguro, incluindo o de moto, há uma relação entre risco e retorno. Quando o risco é muito elevado, como no caso de motoboys e motofretistas, as seguradoras podem optar por não operar nesse mercado”, explica Anderson Luis Gimenez.
Essas categorias de uso apresentam um risco consideravelmente maior, especialmente no que diz respeito a colisões. Por isso, muitas seguradoras preferem não oferecer cobertura.
Contudo, Anderson Luis Gimenez destaca que o mercado de seguros é dinâmico e cíclico, o que significa que essas restrições podem ser revisadas pelas seguradoras no futuro.
Em certos momentos, algumas empresas podem decidir não cobrir um risco específico, mas isso pode mudar conforme as circunstâncias do mercado e os níveis de risco associados.
Ainda assim, é importante mencionar que, mesmo para motociclistas que utilizam suas motos para fins comerciais, existem seguradoras que oferecem coberturas específicas, como seguro contra roubo e furto.
Embora possa não haver uma cobertura completa para todos os tipos de riscos, essas opções oferecem proteção parcial para quem utiliza a moto para trabalho.
Dessa forma, embora existam restrições para o seguro de motos usadas comercialmente, ainda há alternativas no mercado para esses proprietários.