Qualidade ainda é problema

Qualidade ainda é problema

Avaliação de carros novos, adquiridos entre 12 e 36 meses após a compra, mostra que a qualidade dos veículos brasileiros ainda precisa melhorar.

A qualidade, um dos pilares do negócio da indústria automotiva, é sempre tema de debates no Brasil. “Antigamente, um veículo era considerado bom quando não apresentava defeitos em seu funcionamento. Hoje o mercado consumidor é muito mais exigente, e, além de um veículo sem problemas, espera também que seja bonito, apresente boa montagem e assentamento entre seus componentes, o que atribui qualidade e beleza adicionais tornando-o livre de ruídos e outras imperfeições.”, explica Leonardo Macarrão Jr., que dirige o Comitê de Manufatura da SAE Brasil. Conseguir isso não é tarefa simples já que um veículo chega a ter mais de 15 mil peças montadas.

Qualidade ainda

A complexidade, no entanto, não explica porque os carros brasileiros têm mais problemas de qualidade do que os fabricados em outros mercados.

Entre todos os mercados que a consultoria JD Power faz a pesquisa de satisfação de propriedade de veículos VOSS (Vehicle Satisfaction Ownership Study), o Brasil é o que apresenta maior número de relatos de problemas de qualidade, disse Jon Sederstron, diretor geral da consultoria JD Power no Brasil, após apresentar os resultados da terceira edição do VOSS no Congresso Fenabrave. “Com menos conteúdo embarcado, os carros brasileiros deveriam apresentar menos problemas, mas acontece o contrário.”, concluiu Sederstron.

A edição nacional do VOSS pesquisou 8 mil proprietários de 73 modelos de 12 marcas, com 12 a 36 meses de uso, entre abril e maio últimos e o resultado mostrou que os donos de carros novos relatam 352 problemas a cada 100 unidades, ou 3,5 problemas por veículo.

O número de 50% maior do que os relatados no Canadá e na Alemanha, por exemplo, onde o índice é de 230 por 100. Este índice é superior ao de veículos produzidos em outros países emergentes: fica em 310 por 100 no México e 333 na Argentina. Os automóveis brasileiros só tem menos prroblemas do que os chineses, com média apurada pela consultoria de 389 problemas a cada 100.

Os brasileiros se queixaram de problemas com motor e transmissão, incluindo consumo elevado de combustível e, também mencionaram com frequência ruídos anormais, falhas e problemas na partida.

O custo de propriedade de um carro no Brasil é alto. “O custo do combustível é mais alto do que em outros países, o que aumenta a preocupação com o consumo. Outro problema são as péssimas condições das ruas e estradas brasileiras, ocasionando mais quebras, mais cedo.”, explica Sederstron, ressaltando que nem todos apontados no VOSS são defeitos mecânicos ou de fabricação, às vezes, é falta de conhecimento de todas as funcionalidades e equipamentos dos carros.

Os compradores de carros seriam mal orientados na hora da compra nas concessionárias e isso geraria insatisfação com o produto.

A qualidade tem peso de 16% na pontuação do VOSS; o custo de propriedade que inclui gasto com combustível, valor do seguro e custo de manutenção e reparos tem peso de 42%; a experiência de pós-venda tem peso de 23% e mede a satisfação com o atendimento nas concessionárias quando o cliente precisa utilizar os serviços. O design e o desempenho do carro, como conforto e recursos, tem peso de 19% da formação da nota final, que vai até 1.000 pontos.

Nesses quatro quesitos avaliados, a média dos 73 carros avaliados foi de 733. Das doze marcas participantes nessa edição do VOOS, sete pontuaram acima dos 733 pontos, cinco dessas marcas são asiáticas.

A Toyota obteve, pela terceira vez consecutiva, a liderança na pesquisa. O estudo apontou a Toyota como a montadora que possui maior índice de satisfação do cliente e o modelo Corolla recebeu o prêmio na categoria de sedãs médios. A marca alcançou 816 pontos entre os 1.000 pontos possíveis e o Corolla 814 pontos também em 1.000. A também japonesa Honda ficou novamente com a segunda colocação, com 778 pontos.

Qualidade ainda é problema

As marcas com maior pontuação no VOSS são: Toyota (816); Honda (778); Hyundai-CAOA (771); Nissan (770); Kia (768); Citroën (739) e a Chevrolet (735) pontuaram acima da média. A pontuação das outras foi mais baixa, a saber: Renault (730); Volkswagen (724); Fiat (723); Ford (721) e Peugeot (704).
Os melhores carros em cada categoria do VOSS são:
Subcompactos: Fiat Palio Fire (741); Fiat Uno (735); Renault Clio (731).
Compacto de entrada: Renault Logan (740); Volkswagen Voyage (740); Chevrolet Classic (729).
Compacto superior: Volkswagen Polo (777); Ford New Fiesta (772); Honda City (748).
Sedã médio: Toyota Corolla (814); Honda Civic (807); Chevrolet Astra (779).

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Anderson Luis Gimenez

Fundador e Administrador da empresa CotandoSeguro.com, Anderson Gimenez conta com mais de 25 anos de experiência no ramo de seguros onde hoje atende o Brasil todo dando consultoria em seguros para pessoas físicas e jurídicas.
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