Desde 2004, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão que fiscaliza as operações de seguro, determinou que todos os tipos de seguros cubram os danos por submersão total ou parcial do veículo em água, inclusive se ele estiver em uma garagem garagens subterrâneas ou no subsolo.
Verão é época de chuvas e em regiões de grande adensamento urbano com solo impermeabilizado pelo asfalto não tem jeito, é enchente na certa. Quando o céu começa a escurecer, muitos motoristas fazem de tudo para se distanciar das áreas reconhecidamente alagáveis, muitas vezes também, são pegos de surpresa e não dá para fugir. Os sinistros provocados por acidentes naturais aumentam significativamente de janeiro a março, segundo informações das seguradoras, o índice de sinistralidade aumenta 20% nesse período.
Seguro Automóvel
A regulamentação da Susep determina que os seguros de cobertura compreensiva, o seguro de cobertura total devem cobrir inundação (danos por enchente, temporal ou ressaca do mar) e 95% de todos os seguros de automóveis contratados no país são desse tipo. É preciso ler a apólice com cuidado, por que a proteção deve estar escrita. Mesmo constando na apólice a seguradora não é obrigada a cobrir as perdas se entender que houve “agravamento de risco”, isto é, o segurado tomou, deliberadamente, alguma atitude que aumentou o risco de submersão do veículo, como tentar atravessar um trecho alagado. O agravamento de risco é uma salvaguarda para as seguradoras prevista nas normas da Susep.
A recomendação é evitar correr riscos e algumas atitudes minimizam o problema caso seja inevitável enfrentar as enchentes com o carro, ajudam também no momento de solicitar a ajuda do seguro.
A primeira orientação é garantir a segurança dos ocupantes evitando locais que costumam encher de água durante as fortes chuvas. Se você perceber que o volume de água está aumentando, mantenha a calma e procure locais mais altos, como calçadas e ladeiras; fique atento e verifique se o nível da água ultrapassa a metade da altura da roda, quando isso acontece o carro já corre o risco de sofrer panes mecânicas. A água subiu, não foi possível desviar, evite utilizar o freio e dirija em velocidade baixa e constante. Essa atitude pode evitar a formação de ondas e entrada de água pelo escapamento. O trânsito travou? Mantenha distância de aproximadamente cinco metros dos carros da frente e dos lados, evitando assim que as ondas provocadas pelos outros veículos atinjam o seu. No verão mesmo com chuva está calor, mas o ideal é desligar o ar-condicionado, com ele ligado aumenta as chances de calço hidráulico. Se o carro morreu no meio da enchente não tente dar a partida. A ação comprometerá ainda mais o motor, resultando até em perda. Não teve escapatória e o veículo passou pela inundação procure a seguradora que fará uma avaliação pericial gratuita, além disso, o check-up do automóvel pode evitar prejuízos posteriores.
Na vistoria técnica do veículo avariado, os especialistas do ramo garantem que há como descobrir se o cliente se expôs ao risco. Uma “pista” simples é o calço hidráulico, que ocorre quando a água é aspirada através do escapamento e chega ao sistema de lubrificação do motor. O calço hidráulico é a pane mais frequente que um carro pode sofrer após atravessar um alagamento. Outro dano comum é o dano às várias centrais elétricas e eletrônicas do veículo, pois há perigo de curtos. Esses componentes, geralmente, são muito bem vedados, mas é bom verificar.
A água é capaz de provocar problemas em diversos componentes do carro, inclusive no motor, até 5 mil quilômetros depois da situação, por isso fique atento a barulhos diferentes no motor e no nível do óleo. Se ao puxar a vareta o óleo está com uma aparência e textura que lembram maionese, provavelmente, entrou água no sistema. As correias podem apresentar ruídos, sinal de ressecamento e risco de rompimento. Também devem ser verificadas as partes funcionais do veículo, como lâmpadas e buzina. No caso de ter acúmulo de água, o indicado é retirar o filtro e enxugá-lo e depois, eventualmente, efetuar a troca da peça. A água costuma arrastar lixo e a recomendação é colocar o carro em um elevador para fazer uma vistoria, verificar o assoalho do carro, se algo ficou preso no filtro de combustível e problemas em outros sistemas.
Em média, 60% dos carros afetados por enchentes têm perda total. Regra geral: se a água ficar abaixo do painel, o carro tem chances de ser recuperado. Mas se o nível da água ultrapassa o assento do banco e chega ao painel a perda total é praticamente irreversível.
Fonte: CotandoSeguro.com